quinta-feira, 27 de outubro de 2011

(...) "Pequena história que ilustra bem o seu carácter.Dourdil trabalhava num atelier nos Corochéus cujos jardins envolventes, a partir de determinada altura foram palco de habilidades motorizadas diversas.O ruído produzido era extremamente perturbador do seu trabalho,interferindo demasiado no seu silêncio peculiar.Foi então que Dourdil interpelou esses jovens,convidando-os,inclusivamente, a visitar o seu atelier,mostrando-lhes o seu trabalho,em muitos dos quais figuravam esses mesmos jovens de jeans e capacetes em deleites fortuitos nos relvados.Chegaram então a um acordo:quando Dourdil estivesse a trabalhar,colocava à janela um pano vermelho,sinal suficiente para que os motores se silenciassem na proximidade do atelier.Note-se que este acordo foi honrado,para espanto de outros".(...) Ana Isabel Ribeiro in Luis Dourdil O Lápis Como Instrumento Soberano Catálogo Casa da Cerca


(...) "Dourdil (Nasceu em 1914) é porventura o mais velho autor de pinturas que curiosamente incidem numa temática actual: a juventude marginal que,de "jeans","ténis" e capacetes de motorizadas,se deita descuidadamente nos jardins públicos,onde, ao sol,esboça delicados gestos de ternura,e amor: e retrata também a massa humana e anónima que diariamente se comprime no metropolitano e nos autocarros.Não há rostos na sua figuratização abstractizante,mas apenas corpos vestidos ou volumes diluídos num espaço de luz ténue,que através de uma subtil gama de cinzentos na articulação de formas e planos."(...) Eurico Gonçalves in Catálogo " A Gaveta do Artista",1986
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