segunda-feira, 12 de setembro de 2016



Luis Dourdi nasceu em Coimbra. Autodidacta viajou por Espanha França e  Itália como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, onde estudou "Pintura dos Mestres Italianos e a sua integração na arquitectura"
Paralelamente ao seu trabalho como artista gráfico , foi realizando lentamente uma obra de grande unidade estilística, passando do realismo minucioso de "Homens do Fogo"(1942) 


a uma figuração abstractizante característica  da pesquisa dominante entre pintores modernos portugueses dos anos 50.

O seu quadro "Peixeira sentada"  é uma das suas obras mais conhecidas, assim como as pinturas murais do Café Império.
Durante os 40 e 50, portanto, Dourdil representa figuras populares em composições que devem muito às teorias de André Lhote e ao exemplo de Jacques Villon, com a sua pintura de planos transparentes.Mas a estes pintores deve acrescentar-se a emoção provocada pela obra do escultor Henry Moore, com o seu testemunho da grandeza humana e o seu sentido de monumentalidade.A figura humana é o pretexto de todas as composições de Luis Dourdil, de picturalidade serena e sensível, respeitadora da superfície e do suporte. Os espaços cheios e os vazios são tratados com igual cuidado ; a cor apresenta-se em planos paralelos ao plano da tela, escalonando-se em profundidade, num rigor de organização visual que a torna mais complexa e melhor adaptada às inflexões da sua sensibilidade, no jogo subtil de transparências que se equilibra com a procura de luminosidade.
Em 1963, uma pintura decorativa constitui uma declarada homenagem a Jaques Villon:" Operação Cirurgica

é talvez a pintura mais geometrizada e de cromatismo mais violento.Mas essa sentida homenagem constituiu também uma despedida, passando Dourdil a praticar um desenho menos predeterminado.

Óleo s/tela 119 X 118 - do ano de 1966 da Colecção de arte do Grupo Totta.
© Todos os direitos reservados
Óleo s/tela 115 X 145 do ano de 1966 da Colecção de arte do Grupo Totta.
© Todos os direitos reservados

Pinturas e texto de Rui Mário Gonçalves in "Os Edifícios a Colecção Os Artistas Grupo Totta ano de 2002

Óleo s/tela 115 X 145 do ano de 1966 da Colecção de arte do Grupo Totta.
© Todos os direitos reservados

Linhas sensíveis revelam o diálogo entre a mão e o olhar do pintor, na construção de um espaço que é sempre entendido através da sugestão da figura humana, em desenhos que valem por si mesmos, ou em pinturas de harmónicos valores luminosos."
Gonçalves Rui Mário em 100 PINTORES PORTUGUESES DO SEC. XX Edições Alfa Lisboa 1986


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